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Mandacaru do Tocantins pode ajudar na cura do câncer

As pesquisadoras foram convidadas para desenvolvê-lo no laboratório da Universidade Federal do Tocantins (UFT)

01/09/2017

| Atualizado em

02/09/2017

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Mandacaru do Tocantins pode ajudar na cura do câncer

 

Palmas, TO - Uma planta pouco utilizada, o mandacaru, chamou atenção de três alunas do 9º ano da Escola Municipal Beatriz Rodrigues, na quadra Arno 42. Heloísa Faustina Gama, Ana Beatriz de Loiola Mesquita e Maria Vitória Canevari, todas com 15 anos, orientadas pela professora de Ciências, Francisca da Silva Cirqueira, resolveram desenvolver uma pesquisa com o uso do chá de mandacaru para combater células cancerígenas. Após várias etapas, o sucesso da pesquisa foi tanto que, o projeto “Mandacaru Contra o Câncer”, foi selecionado durante a Feira de Empreendedorismo, Ciência, Inovação e Tecnologia (Fecit 2016), para representar Palmas no Encontro Latinoamericano na Colômbia em setembro de 2017.

A feira científica “Yo amo la ciência”, que ocorre anualmente em Bogotá é organizada pelo Departamento de Desenvolvimento Científico da Colômbia (Colciencias). “Saber que nosso trabalho vai ser avaliado em outro país, é sensacional. Mas, ao mesmo tempo dá um friozinho na barriga”, revela uma das autoras Ana Beatriz de Loiola Mesquita.
“Nosso objetivo foi pesquisar uma planta de baixa toxidade, para saber quais benefícios que ela pode trazer para a sociedade, e se pode ajudar contra o desenvolvimento do câncer. Após diversos testes com componentes químicos, conseguimos comprovar que o mandacaru possui vários componentes que podem ajudar na retardação do câncer”, conta Maria Vitória Canevari.
No início, as estudantes desenvolveram a pesquisa com o mandacaru com equipamentos básicos como o motor de aquário e tubos de ensaios, usados para o experimento. Na prática, elas liberaram uma quantidade do chá de mandacaru em cima das artêmias (espécies vivas, pequenos crustáceos da família dos camarões, é comum o uso para ração aos peixes), e deixaram em uma temperatura ambiente por 48 horas. “Com isso, percebemos que a toxicidade do mandacaru matou as artêmias, as quais tem a mesma resistência das células cancerígenas”, conta a professora Francisca da Silva Cirqueira.

Após o sucesso do experimento feito na escola, as pesquisadoras foram convidadas para desenvolvê-lo no laboratório da Universidade Federal do Tocantins (UFT), visando uma melhor comprovação científica. “Com o mandacaru conhecemos como funciona um laboratório profissional e aprendemos todo o processo de comprovação científica”, diz a estudante Heloísa Faustina Gama.


Para a viagem a Colômbia, as alunas e a professora estão estudando Língua Espanhola especialmente para a viagem da Colômbia. “Saber que nosso projeto foi reconhecido foi algo muito bom pra gente, fomos surpreendidas com essa viagem para Bogotá. A expectativa é grande e estou ansiosa”, conta Maria Vitória Canevari.
O rigor científico do “Mandacaru Contra o Câncer” foi o critério principal para que o professor Dr. Ivo Leite, credenciasse o projeto como representante da Fecit Palmas, no Encontro Latinoamericano na Colômbia. A equipe viaja dia 27 de setembro para Bogotá.