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Projeto Bichos do Pantanal lança Ação Bicho Vivo para salvar animais

As doações serão revertidas para alimentar e hidratar os bichos, comprar equipamentos e insumos médicos para tratá-los, principalmente.

Thomas Hessel - Palmas, TO

18/09/2020

| Atualizado em

19/09/2020

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Projeto Bichos do Pantanal lança Ação Bicho Vivo para salvar animais

Belo Horizonte, MG - Realizado pelo Instituto Sustentar, o Projeto Bichos do Pantanal lança a Ação Bicho Vivo com o objetivo de levantar fundos para resgatar, tratar e salvar a vida dos animais acometidos pelos incêndios no Pantanal, que já bateram recordes históricos.

A Petrobras, patrocinadora do Projeto Bichos do Pantanal, está apoiando a Campanha com a doação de R$150 mil. Esse valor permite dobrar a expectativa do Instituto Sustentar e arrecadar R$300 mil em prol da fauna impactada com os incêndios no Pantanal.

Até o momento, pouco de mais de 130 pessoas doaram o montante total de R$ 11.565,52. Parte desse valor já viabilizou a compra de 300 quilos de frutas, 400 quilos de quirela (milho moído), permitiu abastecer com combustível carros de apoio e barcos dos voluntários que estão à frente das operações. Os alimentos estão sendo disponibilizados aos animais na Reserva Ecológica do Jaguar - localizada em Poconé - parceira do Projeto e uma das primeiras reservas dedicadas à observação da natureza na região.

A equipe Bichos do Pantanal se uniu a outros parceiros que montaram uma força-tarefa para distribuição de recursos aos bichos encontrados na rodovia Transpantaneira, mais precisamente em Porto Jofre - região mais atingida pelos incêndios - além de mapear outros locais onde animais ameaçados pelo fogo possam estar abrigados procurando refúgio.

Segundo Mahal Massavi, biólogo e coordenador do Projeto Bichos do Pantanal, os pequenos animais, como anfíbios, foram dizimados. "Os bichos de chão, que compõem a microfauna, foram os primeiros animais vítimas dos incêndios e infelizmente estão mortos", comenta Massavi. Estamos juntando esforços para resgatar e salvar os mamíferos (macrofauna). Até o momento, tratamos uma média de 20 animais, desse número 3 sofreram eutanásia porque não apresentavam mais condições de reabilitação e soltura na natureza e estavam sofrendo demais", lamenta.

Outras entidades, ONG’s, veterinários e voluntários parceiros do Projeto somam esforços no local. Por meio de triagem, médicos veterinários avaliam o estado dos animais resgatados e trazidos ao local de tratamento. Após avaliação, os bichos que apresentam queimaduras ou ferimentos mais leves são tratados no local. Outros mais gravemente atingidos são conduzidos para os hospitais veterinários de Cuiabá e de Goiás, especializado em tratamento de onças-pintadas.

Ainda não é possível estimar a quantidade de mortes de animais, que aumenta a cada dia, devido a queimaduras, inalação da fumaça, infecções, desidratação e inanição. O avanço do fogo ameaça os locais com as maiores populações de araras-azuis e de onças pintadas do Brasil. - topo da cadeia alimentar, o felino é uma espécie de guarda-chuva, debaixo do qual todas as outras espécies presentes na área onde ele vive estão protegidas. Sua perda ou diminuição na natureza traria profundo desequilíbrio ambiental.

 

Proporção sem medida

Dados do Prevfogo, o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos incêndios florestais do Ibama, mostram que em 2020 a área queimada no Pantanal já passa de 2,3 milhões de hectares, o que representa quase 10 vezes o tamanho das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro juntas. Somente nos últimos dois meses foram atingidos 1.654.000 hectares. De acordo com especialistas ambientais, a recuperação do bioma pode levar cerca de 30 ou 40 anos.

"Não podemos ficar de braços cruzados aguardando as chuvas apagarem os incêndios", diz Jussara Utsch, diretora do Instituto Sustentar. "Nossa equipe está mobilizada no local mapeando os pontos vulneráveis, dando o suporte necessário aos voluntários frente aos resgastes e tratamento dos animais. Ainda não dá para avaliar o impacto geral, o que vemos aqui é um cenário avassalador, o pior da história. Precisamos que a sociedade nos ajude a salvar os bichos do Pantanal", lança a diretora.

Ainda são necessários recursos para aquisição de cochos e bacias para disponibilização de água aos animais que não conseguem se hidratar nos rios afetados com a seca e os incêndios, além de compras de medicamentos para trato veterinário, construção de recinto para recebimento e tratamento de animais resgatados; compra ou locação de trailers adequados, com rampa, para transporte dos animais resgatados até o local de tratamento. A arrecadação de fundos é fundamental para ajudar na recuperação da fauna, que se encontra nesse momento completamente desorientada.

Você pode participar da Ação Bicho Vivo e ajudar o Pantanal a se recuperar fazendo uma doação. Sua contribuição pode ser feita no site do Instituto Sustentar: http://institutosustentar.net/doar/

 

Sobre o Projeto Bichos do Pantanal
Projeto Bichos do Pantanal - realizado pelo Instituto Sustentar com o patrocínio da Programa Socioambiental da Petrobras, atua na região do Alto Pantanal (Cáceres e Porto Estrela, MT). O foco é nas áreas de Educação Ambiental, pesquisas que ampliam o conhecimento científico visando a preservação de espécies da fauna pantaneira e a promoção da sustentabilidade local por meio do Turismo Sustentável.