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Cientistas se reúnem para trazer avanços para as salas de aula

Imagine uma reunião em que diversas mentes brilhantes se reúnem para debater a respeito de um assunto? No congresso Brain Connection, isso é possível.

Thomas Hessel - Palmas, TO

28/12/2020

| Atualizado em

01/01/2021

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Cientistas se reúnem para trazer avanços para as salas de aula

São Paulo, SP - Não é segredo para ninguém que a pandemia afetou a vida de toda a sociedade. No entanto, além do isolamento social e do distanciamento físico, especialistas têm alertado para os prejuízos para a mente que podem acontecer durante este período tão difícil. Seja dentro no ambiente profissional, no acadêmico ou no familiar, o fato é que a vida de toda a sociedade foi transformada neste ano.

Mesmo assim, um grupo de cientistas se reuniu (de forma online) para debater a respeito das inovações e pesquisas científicas baseadas em evidências sobre o tema da inclusão. Na pauta do Congresso Internacional Brain Connection, um dos maiores encontros voltados para debater as questões multidisciplinares de neurociências e aprendizagem, De acordo com a presidente do Congresso Internacional Brain Connection Brasil, professora Angela Mathylde Soares, esta é a “oportunidade onde cientistas renomados de todo o mundo se interagem para apresentar uma série de trabalhos que poderão ser tornar boas práticas para toda a sociedade”. Além disso, é uma oportunidade de estudos que tem crescido a cada ano: “Desde 2016 já existe este movimento a favor da inclusão”, destaca.
Neste encontro, a professora lembra que os acadêmicos publicam suas pesquisas, o que estimula essas pessoas a desenvolverem projetos que irão garantir um pleno desenvolvimento educacional. “Meu papel representando o Brasil nesta atividade é movimentar e vivenciar a inclusão de verdade, é trazer a ciência de forma humanizada, é permitir que conhecimento chegue à sala de aula, ajude na formação dos professores.” Além disso, a neurocientista explica que “queremos que todos sejam beneficiados. Por isso, a cada ano nós nos surpreendemos com as adesões ao congresso, sendo que este encontro passa a ser mencionado várias vezes em diversos laboratórios de pesquisa espalhados por todo o mundo”. Vale lembrar que este ano, de forma remota, “o congresso teve a participação de 12 mil pessoas com 372 palestrantes”. Dentre as diversas atividades, os congressistas puderam participar do Dia do Bem. Segunda Dra. Angela, “este é gratuito e tem o objetivo de capacitar professores e os profissionais que estão na linha de frente”, explica.

 

Sugestões para a sala de aula

Para a professora Ângela Mathylde, as leis inclusivas são cada dia mais comuns. “Desde a década de 1980 que tem se falado nisso. Antes as pessoas definiam como educação especial, mas agora está havendo uma reformulação da LDB, que trata das diretrizes e bases da educação. Assim será possível incluir diversas adversidades e patologias para que muitas crianças sejam beneficiadas”, detalha a neurocientista.
Daí a importância do congresso para estudar estes assuntos, reforça a neurocientista: “O congresso é algo multidisciplinar, onde a temática dele é assertiva e abrangente. Então nós temos eixos temáticos para serem estudados, que vão desde a educação infantil até o ensino superior. Então não ficamos presos a um único marco”, explica.
Sobre a questão do uso de medicamentos como o metilfenidato, que está cada vez mais comuns em crianças e adolescentes, a neurocientista lembra que estes assuntos precisam ser mais discutidos em sociedade. “Essa questão tem aumentado muito, e precisa ter a participação ativa de uma pesquisa sobre o assunto. Assim, será possível diagnosticar a situação daquela pessoa e tratá-la da melhor maneira”, explica.
Por ser um congresso feito no Brasil com tantos especialistas, Ângela Mathylde explica que não recebe verba da equipe responsável pelo Brain Connection na Europa. “Nós precisamos de patrocínio, e não abrimos mão da excelência para fazer um encontro de qualidade. É muito importante que as pessoas que nos acompanham possam ajudar nosso movimento para que ele não acabe. Precisamos sempre de ajuda para seguir estes debates”, completa.